15 setembro 2010

Crises e Krisis

Os últimos dias aqui no Seminário tem sido de constante crise. Decisões futuras, emoções intensas, dúvidas, estudos longos... E como já tenho um pouco do pecaminoso costume de supervalorizar as coisas (talvez vestígio do lado pessimista do poeta), perco o rumo várias vezes em uma semana.
Particularmente, entendo que crises são sempre momentos decisivos para a formação do caráter. Medicinalmente falando, "ponto de crise" é o ponto crítico do estado de um paciente, em que, à partir de então, ou haverá uma recuperação progressiva, ou perdas irreversíveis, possivelmente a morte. Tratam-se no geral de problemas do corpo. Contudo, nosso entendimento e coração são levados a pontos de crise com todas as nossas decisões, menores ou maiores. E a conseqüência em nosso humor é proporcional ao valor que damos à decisão e suas conseqüências.
E essas decisões é que vejo sendo constantes comigo. Sério mesmo, descobri meu lado melancólico apenas em 2010. Antes, eu me achava o cara mais normal e equilibrado do mundo. Mas não sou. O pecado do orgulho ferido, da super-exigência tem saído de mim. Parafraseando Lutero, o “velho malandro dentro de mim” ainda quer me controlar.
No entanto, vejo isso com bons olhos. São parte do preparo de Deus sobre mim. Hoje estive lendo o livro “Etapas na vida de um líder” de Robert Clinton. Frustrações, em especial no princípio de vida ministerial não deveriam existir. As atividades e a produtividade ainda não podem ser colocadas como medidas. Hoje, Deus quer agir mais em mim do que através de mim. Pelo menos agora. É o processo através do qual ele me qualificará a ter um discernimento correto.
Originalmente falando, a palavra Crise vem do grego krisis. Significa um ato de julgamento, divisão entre partes feitas por uma autoridade. Geralmente, na Bíblia, vemos krisis associado com o Juízo Final, onde Deus separará Trigo e Joio.
Em escala menor, Deus já começou um processo de juízo na vida dos seus adoradores. Ele está separando o “velho malandro” do novo coração. Independente do que sinto agora, prefiro arriscar em confiar em quem tem mais juízo do que eu. Contudo, é uma cirurgia como qualquer outra, que deixa dores e cicatrizes. Não tenho a menor dúvida de que o processo continuará trazendo dolorosas crises. Mas com certeza tira o câncer que pode me levar à loucura.

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